Redação

Um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgá-lo suspeito no julgamento do caso do tríplex contra o ex-presidente Lula, o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que tem “absoluta tranquilidade” sobre os acertos de suas decisões, e que garantiu o devido processo legal aos casos sob sua responsabilidade.

“Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso”, escreveu o ex-ministro em nota no Twitter.

O ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba repetiu o argumento de que a condenação dada por ele foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e, depois pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que a decisão seria capaz de desconstruir um legado.

“O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente”, escreveu. “A preocupação deve ser com o presente e com o futuro para aprimorar os mecanismos de combate à corrupção e com isso construir um país melhor e mais justo para todos.”

Moro, alçado como um dos símbolos da Lava Jato, julgou a prisão de Lula em maio de 2017 e aceitou o convite para ser ministro de Jair Bolsonaro pouco mais de 17 meses depois. Em junho de 2019, uma série de reportagens do site The Intercept Brasil indicaram que Moro agiu em conluio com os acusadores do Ministério Público Federal para incriminar o petista.

As revelações mudaram o humor da suprema corte sobre a operação. O caso onde se analisava a suspeição de Moro teve o julgamento iniciado em 2018 e contava, até o início do mês, com dois votos contrários à suspeição, de cinco possíveis. O STF voltou a julgar o caso apenas em 2021 e, comandado por fortes críticas do ministro Gilmar Mendes, a suspeição foi confirmada.


Fonte: Poder360