Por Pedro do Coutto –

A margem de aprovação da PEC do Orçamento define basicamente a maioria que o presidente eleito, Lula da Silva, encontrará no Congresso Nacional. Na noite de terça-feira, foram 331 votos contra 168.

Mas também, na terça-feira, o Congresso aprovou um aumento de 50% nos salários do presidente da República e dos ministros de Estado, fixando para os servidores federais um reajuste de 5,9%, que não cobre a inflação acumulada nos últimos quatro anos. Mais uma etapa, portanto, que amplia a concentração de renda no país e aumenta a desigualdade social de uma forma jamais vista em países ditos civilizados.

PROMESSA – No O Globo, a reportagem é de Manoel Ventura e Geralda Doca, na Folha de S. Paulo, de João Gabriel, Thiago Resende e César Feitosa.

Ainda sobre a votação do orçamento, acentuo o fato de que os deputados conseguiram salvar parte do Orçamento Secreto de R$ 19 bilhões, prometendo a informação do seu destino e da autoria parlamentar de cada emenda.

Essa segunda matéria, no O Globo, também é de Geralda Doca e Manoel Ventura. No Estado de S. Paulo, a votação da noite de terça-feira foi focalizada na edição de quarta-feira de o Estado de S. Paulo por Daniel Western.

UMA VITÓRIA – Dessa forma, encerrou-se o ano legislativo com uma vitória do governo Lula, embora o teto de gastos tenha sido aprovado apenas para este ano e não para o biênio como a sua equipe projetava. Mas ficou assegurado o Bolsa Família de R$ 600 acrescido de R$ 150 por filho ou filha menor de seis anos. 

O novo Bolsa Família vai ser prolongado no tempo, está claro. Mas a situação de emergência permanece, pois não se trata de uma redistribuição de renda pelo estado, mas de uma ajuda excepcional. O desafio da pobreza assim permanece, agora nas mãos e na ideia de solucioná-lo através do tempo por Lula da Silva.

O problema só poderá ter uma consequência positiva com a recuperação plena do mercado de trabalho e com salários que não percam para a inflação, como observado nos últimos anos.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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