Categorias

Tribuna da Imprensa Livre

Ambiente de incerteza faz com que empresas reduzam ou adiem investimentos – por Pedro do Coutto
Opinião

Ambiente de incerteza faz com que empresas reduzam ou adiem investimentos – por Pedro do Coutto

Por Pedro do Coutto –

Dólar, juros e Trump, a tempestade perfeita.

Uma série de fatores tem criado uma atmosfera de incertezas e levado empresas a adiar projetos e investimentos na economia brasileira, incluindo o aumento de despesas para quem tem dívidas em dólar e a alta nos custos de produção. Depois de um crescimento econômico acima do esperado observado em 2024, companhias brasileiras de todos os portes no atual cenário enfrentam obstáculos, descrito pelos empresários como o de uma tempestade perfeita.

Conjugam-se mutuamente a taxa básica de juros (Selic) em 12,25% ao ano (com expectativa de chegar a 15% no fim de 2025), dólar alto (valorização de 27% no ano passado) e as incertezas em torno das contas públicas no Brasil e do novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

RECEIO – Há temores dos custos financeiros que estão causando retração de investimentos e a palavra de ordem nas empresas é investir e contratar menos para atravessar as questões previstas para 2025. Além dos juros mais altos, há um nível de incerteza maior no exterior e no Brasil, o que limita decisões de consumo e investimentos, com reflexos negativos na economia e na performance das empresas.

A possibilidade de tarifas (sobre importações) nos EUA pode reduzir a competitividade de produtos brasileiros no mercado americano em relação a produtos locais ou de outras origens que forem menos taxados. Na semana passada, o dólar caiu abaixo dos R$ 6 com a ausência do tarifaço prometido por Trump antes da posse. Ainda assim, empresas exportadoras estão se protegendo para esse cenário.

BARREIRAS – Na siderurgia, um dos setores brasileiros que mais exporta para os EUA, o temor vai além das barreiras de Trump por lá. Preocupa a possibilidade de entrada de mais aço da China no Brasil, em condições desleais de concorrência. Mas ainda é cedo para avaliar potenciais impactos.

Para o governo, a redução dos projetos de investimentos é algo preocupante, sobretudo porque nesses estão embutidos o caráter dos empregos que precisam ter continuidade.

Será preciso avaliar cada passo e estabelecer planos de médio e longo prazo para evitar o que já foi conquistado até agora.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


PATROCÍNIO

Tribuna recomenda!

Related posts

Deixe uma resposta

Required fields are marked *