Por Márcia Bruno Lobo –
Existem inúmeras fake news espalhadas na internet sobre alimentação.
1. Pular refeições ou fazer jejum intermitente são métodos eficientes para a perda de peso.
Ao pular refeições ou consumir menos calorias que o recomendado, o nosso metabolismo desacelera. O corpo não entende que estamos restringindo porque estamos seguindo uma dieta, e não porque estamos passando por um período de escassez. Portanto, ele automaticamente nos protege, desacelerando o metabolismo para preservar energia. Adicionalmente, quando restringimos, é comum consumir uma quantidade maior de calorias nas refeições seguintes, compensando as refeições que pulamos.
2. O índice de massa corporal (IMC) é uma forma excelente de avaliar se o indivíduo está ou não saudável.
O IMC é apenas uma das formas de avaliar o indivíduo. Ele indica se o paciente está dentro de um nível saudável baseado em seu peso e sua altura. Embora esta seja uma forma rápida de avaliação, ela é limitada, pois não considera o percentual de gordura ou a massa magra do indivíduo. Um atleta com hipertrofia, por exemplo, pode estar dentro da categoria de sobrepeso ou obesidade de acordo com a classificação do IMC, porém, seu percentual de gordura é, na verdade, baixo. Dois indivíduos com o mesmo IMC podem ter composições corporais completamente diferentes. É importante avaliar também outras medidas, como circunferência de cintura e dobras feitas com o uso do adipometro.
3. Dietas sem glúten e sem lactose são mais saudáveis e contribuem para a perda de peso.
Apenas indivíduos que tem doença celíaca ou que são intolerantes ao glúten devem se preocupar em seguir uma dieta sem glúten, da mesma forma que apenas indivíduos com intolerância à lactose devem remove-la da dieta. Para os demais indivíduos, não há problema em consumir estes nutrientes. Estudos mostram que alimentos sem glúten, na verdade, podem conter mais gordura e açúcar que os outros alimentos.
4. É recomendado que todos tomem algum tipo de suplemento.
Para a maioria das pessoas, uma dieta equilibrada é o suficiente para suprir as necessidades nutricionais. É importante avaliar caso a caso, através de exames laboratoriais, para evitar que indivíduos consumam vitaminas e minerais em excesso. Existem grupos populacionais que estão mais propensos a precisar de micronutrientes específicos: pessoas que moram em locais com invernos extremos, por exemplo, têm mais chance de precisarem fazer uma suplementação de vitamina D; indivíduos que fizeram cirurgia bariátrica precisam suplementar com vitamina B12; e gestantes normalmente tomam ácido fólico. Estes são apenas alguns dos muitos exemplos de populações que precisam de suplementos específicos.
Hoje em dia é assustador e extremamente preocupante a forma como informações circulam sem embasamento científico. Antes de seguir dietas divulgadas por influencers ou amigos, procure a ajuda de um profissional, para evitar complicações clínicas e otimizar a sua saúde.
MÁRCIA BRUNO LOBO – Nutricionista com foco em mudança comportamental, formada pela Tufts University (Boston, EUA), correspondente internacional e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
@nutrimarciabrunolobo / marcia.brunolobo@outlook.com
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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