Por Bolivar Meirelles –
Incrível mas… verdadeiro. Como ouço vulgarisada essa proposta. Por quem? Pelo povo mais explorado? Não. Parcelas mais beneficiadas das Camadas Médias Altas da Sociedade. Essas remuneradas pela “mais valia” na Sociedade como, no geral, os servidores públicos e, o estamento militar em particular. Se auto observem, deixem de observar o outro simplesmente. “Não! O Faustão, a Xuxa Meneguel, o Galvão Bueno… retiradas maravilhosas…podem… Quem lhes paga não é o Povo, é o Mercado”. Luciano Huck, também é o Mercado que o remunera… Precisamos é estudar bem quem é esse Mercado que remunera tão bem alguns e paga mísero salário mínimo a milhares ou… milhões. Aí está o cerne da questão. Desvendar esse Mercado.
Sim, Forças Armadas poderiam deixar de existir. Esse pesado Poder Judiciário…Esse pesado Poder Legislativo…Poder Executivo que tem até “Gabinete de ‘Fake News’…”
Alguns, mais reacionários, da direita, propõe a eliminação de disciplinas como Filosofia, Sociologia, História e, até Geografia…, educação física…
Várias ideias, no fundo burguesas borbulham nas mentes, “no fundo”, conservadoras. Algumas até tentam se passar por esquerda. Mentes desejosas em manter a exploração de classes, em manter o Capitalismo.
Ora, um país continental como o Brasil necessita de Forças Armadas sim. Estrutura cara também, sem dúvidas. Hoje estão nervosos ao verem excessivos militares de alta patente ocupando cargos civis. Ora, um militar reformado é, na realidade, um civil. Agora um General Pazuello assumir um Ministério da Saúde e encharca-lo de militares, é outro assunto. O mesmo problema se um civil assumir o Ministério da Defesa e colocar no comando das tropas civis despreparados para as funções.
Voltando a centralidade da discussão, e olhe, quem escreve esse artigo é um ex jovem segundo tenente afastado das Forças Armadas, do Exército Brasileiro, demitido arbitrariamente, por haver sido leal ao Presidente João Goulart. Dando sequência, acabar com as Forças Armadas Brasileiras é, no mínimo, uma incompreensão do que seja um Estado Nacional. Desejam o que? Transformar o Brasil em Protetorado Norteamericano? Assumi a situação de afastado das Forças Armadas, golpeado. Mesmo que, anistiado político, mesmo que atingindo o posto de General de Brigada Reformado, nunca mais voltei ao Serviço Ativo. Mais de 6.500 militares foram punidos pelos atos Institucionais, ou instrumentos administrativos até, por haverem cumprido o juramento a Bandeira nacional e, a ele mantido lealdade.
Acabar com as Forças Armadas é acabar com o Estado Nacional. Eu também queria, será que essa parcela da pequena burguesia desejaria, como eu e alguns, acabar com o Capitalismo, o Imperialismo, ter instalado um mundo sem fronteiras, uma Sociedade Igualitária, sem classes sociais? O Poder Judiciário voltar a ter uma estrutura mais simples ao estilo, talvez, do Juiz de Paz na roça? Talvez as bancas de psicanálise diminuiriam, a medicina, odontologia, profissionais de saúde, fosse toda um grande SUS, Sistema Único de Saúde. A estrutura de ensino fosse repensada, só pública, naturalmente.
Talvez essa parcela angustiada das camadas médias altas sejam as mesmas que aplaudem Ulysses Guimarães, Severo Gomes, o “Menestrel das Alagoas” e alguns mais, políticos civis, arrependidos participantes do Golpe de Estado de 1964 que afastou João Goulart do Poder e expulsou das Forças Armadas Brasileiras o que melhor tinha.
Lembrar que o “Senhor Diretas”, Ulysses Guimarães, o Menestrel das Alagoas, Teotônio Vilela, Severo Gomes e alguns mais influentes Constituintes da Constituição Federal do Brasil de 1988, inclusive Fernando Henrique Cardoso, negociaram com as Forças Armadas Brasileiras através do General de Exército Leônidas Pires Gonçalves, Ministro do Exército de José Sarney e aceitaram o artigo 142 (resíduo do Poder Militar) e não reverteram ao Serviço Ativo os militares legalistas e patriotas afastados pelos Golpistas de 1964, é importante saber disso.
Acabar com as Forças Armadas Brasileiras…só acabando com o Capitalismo e o Estado Nacional. Quem assume esse projeto? Poucos revolucionários e revolucionárias… No mais… “conversa fiada” da pequena burguesia reformista em sua parcela mais alienada.
Luiz Carlos Prestes denunciou o resíduo do Poder Militar, Leonel de Moura Brizola não se submeteu ao MDB, fundou o seu Partido, o PDT, os dois gaúchos se entenderam. O PCB demorou até 1992 para entender isso. Felizmente entendeu.
Enquanto isso, vamos organizando o Poder Popular.
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).
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