Por Antonio Veronese

Circulam na internet imagens assustadoras dos bastidores das  “festas” de peão e boiadeiro.

Hipocrisia classificar de “festa” um espetáculo dantesco onde animais indefesos são humilhados e seviciados. As sociedades modernas que conseguiram penalizar o racismo devem, da mesma forma, refletir sobre a imoralidade do especismo, essa nossa presunção de poder “sentenciar” sobre o destino de outras espécies submetidas à nossa inteligência dita “superior”. O filosofo Peter Singer lança sobre essas trevas um facho de luz e de esperança.

Disfarçado pelo eufemismo de “festas”, esse moderno-circo-de-horrores já é fortemente contestado em todo o mundo civilizado. Mesmo em Espanha -onde as corridas de touro confundem-se com a própria identidade do país- a sociedade “engajada” conseguiu impor a proibição em mais de uma quinzena de regiões.

Como na Europa, a luta para proibir rodeios deverá encontrar forte resistência no Brasil, especialmente devido às cifras astronômicas envolvidas nesses “espetáculos”.

Alguém chegou a escrever-me que “…parte dos lucros de Barretos vai para o Hospital do Câncer…” como se isso a tudo justificasse! Pergunto: se parte do dinheiro do tráfico de drogas fosse doado ao Hospital do Câncer, isso desagravaria esse recurso de sua origem imoral?

Proponho aos homens de bem, e do bem!, um engajamento contra essa orgia de violências, essa selvageria covarde onde homens(?) pretendem fazer prova de valentia humilhando animais indefesos…

E ouso sonhar com um Brasil onde o desrespeito aos animais seja punido pela lei e repudiado por todos.

Vídeo comprova maus-tratos em rodeios de Chapecó (SC)

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6FvOXFtktYM

ANTONIO VERONESE – Pintor brasileiro autodidata com uma obra considerável, realizou centenas de exposições individuais, tem obras expostas em numerosos museus, coleções públicas e privadas nos Estados Unidos, Suíça, França, Japão, Chile e Brasil. Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Paris, França; Radicado na França desde 2004, antes de deixar o Brasil deu aulas de arte para menores infratores nos Institutos João Luiz Alves, Padre Severino e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e no Caje de Brasília. Utilizou a pintura como forma de reabilitação psico-pedagógica dos adolescentes entre 12 e 18 anos com a bandeira” estética é remédio!”. Alguns dos trabalhos produzidos pelos jovens foram expostos em Genebra (Suíça), no Salão Negro do Congresso Nacional, em Brasília, e na Universidade de San Francisco, nos Estados Unidos. Em 1998, representando o Brasil no Encontro de Esposas de Chefes de Estado, cobrou da então primeira-dama, Ruth Cardoso, medidas para tirar das ruas crianças abandonadas, tendo recebido o apoio de Hilary Clinton. Pela denúncia da violência contra menores no Rio de Janeiro, que faz através de sua pintura e de engajamento constante deste 1986, Veronese foi convidado à Comissão de Direitos Humanos da ONU – em Genebra, para proferir palestra, lá causou grande indignação ao apresentar fotografias de 160 crianças, marcadas por cicatrizes massivas decorrentes da violência urbana, doméstica e policial.

www.antonioveronese.com #antonioveronese

Antonio Veronese, Italian-Brazilian painter, lives in France since 2004. He is the author of «Save the Children», symbol of th e 50th anniversary of the United Nations, and «Just Kids» symbol of UNICEF. As well of «La Marche», exhibited in the Parliament of Brazil since 1995, and «Famine», exhibited since 1994 at the Food Agriculture Organization for United Nations (FAO) in Rome.

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