Por José Macedo –
“Si vis pacem, para bellum” (se você quer paz, prepare-se para a guerra).
O provérbio romano, citado, é o comando de que, temos de estar preparados, porque a qualquer momento, poderemos sofrer uma agressão, uma violência.
Então, vivemos em constante estado de guerra?
As estatísticas sobre guerras, conflitos e agressões testemunham que, o homem é, por natureza, beligerante.
Os esforços civilizatórios, o direito, as leis, a religião, a filosofia pacifista, até aqui, não obtiveram êxito para esse desiderato, a paz.
Costumo afirmar: O direito, como pacificação e instrumento para solução de conflitos.
Faço lembrar o séc. XX, o século mais violento da história, apesar do progresso da ciência e do bem-estar social dos que controlam e mandam no mundo.
Tivemos duas (2) guerras mundiais, a guerra fria e conflitos espalhados pelo mundo, em todo tempo, ao longo do século passado.
Os USA tem sido o país mais beligerante e arruaceiro, posso dizer um país terrorista, agente das maiores atrocidades praticadas contra países e povos.
Esse país tem força moral ou credibilidade para censurar a Rússia, pretexto para impor suas regras e mandamentos?
Obviamente, não teria espaço, para descrever as crueldades conhecidas, praticadas pelo país mais poderoso da terra, os USA.
Contudo, não poderia deixar, in albis, cito e lembro assim que, os USA lançaram bomba atômica contra o Japão, em 6 e 9 de agosto de 1945; um episódio trágico, que assustou e aterrorizou a humanidade, prenúncio do apocalipse e de que, em um piscar de olhos, pode eliminar a vida.
No século passado, os USA liderou guerras, expandiu seus raios de influência e domínio em grande parte do mundo. Esse país, sempre, tentou explicar suas agressões sob o argumento e a farsa de levar a “democracia”.
O pano de fundo, na verdade, é o de camuflar interesses imperialistas e econômicos.
Porém, deu-se mal, em algumas dessas invasões ou agressões, no caso, o Vietnam e, recentemente, o Afeganistão. Nessas aventuras criminosas queima bilhões de dólares e financia sua poderosa indústria armamentista, sendo o maior fabricante de armas do mundo, representando em mais de 10% de sua economia.
Porém, os USA, jamais foram condenados pelo direito internacional, pela ONU ou pelo Tribunal de Haia existentes.
Esse país tem e mantém o controle desses organismos internacionais, o que os leva ao descrédito, incluindo a ONU.
Neste ano, de 2022, a farsa repete-se.
A guerra entre Rússia e Ucrânia segue esse script e compreensão: a OTAN é o braço dos USA na Região.
Qual interesse da OTAN em trazer para seu guarda-chuva a Ucrânia, senão estender seu raio de influência para aquela fronteira, acuando a poderosa Rússia?
O interesse maior é o de que os USA empurre sua influência e domínio para o Leste, fustigando a Rússia, acuando-a, repito, em um espaço delimitado, corolário dessa política geradora conflito para dominar.
A reação da Rússia era esperada.
Com isso, os USA, sem expor-se, enfraquecido, psicologicamente, após a bisonha saída do Afeganistão, tenta resolver seus objetivos de dominação.
A Ucrânia, Europa e OTAN aparecendo como atores principais nesse cenário, ora abordado. Nesses dois dias, os USA anunciaram o envio de armas e até, de aviões, favorecendo a defesa da Ucrânia.
Resta provado o negócio de venda de armas e aferição de altos lucros.
Há quem afirme e eu concordo: a Ucrânia é o “boi de piranha”, é o representante dos USA, governado por um fantoche da Europa (OTAN) e, seu povo é a grande vítima nessa farsa.
No meu sentir, a Rússia, diante dessa configuração, não dispunha de outra alternativa, ou reagia ou seria imprensada em suas fronteiras, restando-se fragilizada, refém do Ocidente, enfim dos USA.
A OTAN, entendo, os USA, tem interesse no prolongamento dessa guerra, por esses lógicos argumentos.
Por isso, insisto na pergunta: Quem ganhará, ao final desse conflito, que poderá estender-se em larga dimensão e destruição?
Trata-se de um conflito, que poderia ser evitado numa mesa de negociação, nao fosse o interesse de dominação e expansionista.
Oxalá, eu esteja equivocado nessa avaliação.
Quem muito bem descreve em uma análise insuspeita é o escritor, historiador e filósofo, Noam Chomsky, em seu excelente livro, “Quem manda no mundo”.
O Bolsonaro e sua comitiva visitaram o Putin, presidente da Rússia. Sua solidariedade foi uma forma de afrontar o presidente Biden, não há sinais de buscou a garantia na compra de fertilizantes?
Escrevendo este artigo, lembrei-me da piada: por que o cachorro entrou na igreja? Com certeza, o presidente Bolsonaro não sabe por que entrou no Kremlin.
Agora, com a visita dos USA à Venezuela, reunindo-se com o presidente Nicolas Maduro, unindo as bandeiras, da Venezuela com a dos USA, surge a pergunta: O Bolsonaro irá curvar-se diante dessas duas bandeiras? Que dirá a Nicolas Maduro?
Para entender o que se passa na política brasileira é preciso revisitar nossa história e a universal, começando pelos movimentos das duas guerras, primeira e segunda.
Mas, por que não dizer um pouco do chefe do governo brasileiro e suas inspirações? Tudo, por que muitos afirmam ser o Bolsonaro um nazifascista.
Senão, Vejamos… Mussolini chegou ao poder na Itália através do golpe, mas Hitler alcançou o poder na Alemanha através do voto. As nações, em pleno século XXI, não se livraram desse tempo, triste e devastador. Hitler, no poder, eleito, democraticamente, foi um genocida, foi quem mais perseguiu e matou adversários, supostos obstáculos para seus objetivos. Ele entendeu que, ciganos, negros, comunistas, socialistas, homossexuais e judeus teriam de ser eliminados. Assim, entre seus crimes, matou cerca de 6 milhões de judeus.
O nazismo caracterizava-se pelo Estado absoluto, militarista, culto à personalidade de seu governante, culto à nação, a seus símbolos, à raça branca. Portanto, um movimento de aprofundamento racista na defesa intransigente do capitalismo; o comunismo ou qualquer forma de socialismo teriam de ser eliminados.
Que se passa no Brasil? O Bolsonaro foi eleito pelo, livre e democrático. Ele mesmo declarou ser a favor da eliminação de seus adversários, ser a favor da tortura e da ditadura. Nesse contexto mundial de acusações generalizadas, do cultivo do ódio e domínio do capitalismo financeiro, a corrida pelo petróleo, a oferta e procura de armas, a guerra é esse grande mercado, desespero para alguns e fonte de lucro poucos. Com a guerra da Rússia versus Ucrânia, o mundo não mais será unipolarizado ou bipolarizado, surgem outras figuras nesse tabuleiro de países mais influentes. Sobreviverá soberano, os países mais preparados e menos desgastado nesse cenário de destruição, quem melhor preservou sua economia e credibilidade. Os USA está cauteloso, coloca na frente do conflito seus prepostos e testas de ferro. Os USA já deram seus primeiros passos, quando procurou a Venezuela que, ontem, era país inimigo.
No Brasil, estamos sendo governados por incompetentes e entreguistas, destruidores de sua economia.
Quem presta atenção ao Bolsonaro? Ele mesmo se coloca no ostracismo, porque é insignificante, porque é uma pessoa fútil, vazio, um arquétipo do sujeito que repete obviedades, tosco e irrelevante, diante de um mundo complexo e multipolarizado. Trata-se de um governo sem importância, entreguista e servil ao capital internacional.
Quem se importaria pelo Brasil, hoje, distante do que se conceitua ser uma nação soberana, respeitada e identificada com seu povo e valores democráticos? Perdemos o respeito, diante do resto do mundo. Quem dá a atenção a seu repetido slogan: “O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, uma bobagem que ilude seus ignorantes.
Resta-me questionar: nessa reconfiguração mundial de nova ordem, onde estará nosso país, hoje, mais empobrecido e menos soberano? Nosso país retornou ao Mapa da Fome, deixou de figurar entre as grandes e promissoras economias do mundo, da 6a. economia do mundo passou para a 13a., torna-se dependente do agronegócio e do comércio de matérias primas (comódites), essencialmente agrícola, desindustrializado, suas maiores empresas que acumularam tecnologia próprias destruídas, como as petrolíferas, indústrias pesadas, as prestadoras de serviços essenciais e públicos e de ponta foram privatizadas para o capital estrangeiro, significa que, as decisões políticas serão influenciadas, senão determinadas de fora para dentro, significa a perde de sua capacidade de decisão, significa a perda de sua soberania.
Que resta? Nosso projeto de nação, ideal e aspiração de qualquer povo ficam comprometidos e são, hoje, difíceis de recuperação. Pobre democracia, pobre República!
JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
Tribuna recomenda!


MAZOLA
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