Por José Macedo

Aliança pelo Brasil é o partido que o Bolsonaro pretendia regularizar, cujo manifesto foi por ele lançado.

Li o Estatuto, de nada me surpreendi. Sem dúvida, nesse documento, estão presentes suas idéias. Seu manifesto revela com clareza o pensamento dos Bolsonaros, busca desacreditar a laicização do Estado, o respeito a Deus (aí, tudo bem) e a oposição aos movimentos de esquerda. Jamais, acreditei que, ele respeitasse a Deus, suas assim dizem.

Na foto visualiza-se o Bolsonaro fazendo aquela conhecida simulação de que está manipulando uma arma. O logotipo do futuro partido é formado por pedaços de bala e o número é “38”. Na exposição de motivos e pensamento mostra que esse partido tem como pensamento e visão de fundo, confrontando de um lado a Bíblia e, do outro, uma arma, Deus e a violência, Deus e o ódio ou querendo o ódio e o amor. São propositais essas incompatibilidades, tendo como propósito confundir.

Então, não olvidamos que, segundo estatísticas, cerca de 30 milhões de brasileiros não enxergam incompatibilidades, tornam-se assim seus seguidores.

Os Bolsonaros desenterram e tentam ressuscitar a Idade Média, tentam trazer para o século XXI as guerras religiosas e conquistas da época, lutas contra os pagãos e ímpios. Esse manifesto externa a crença do pensamento único e do autoritarismo. Trata-se de desconhecimento e ou, a negação da sociedade moderna, do conhecimento, da ciência e da diversidade cultural da sociedade brasileira.

Esse partido é um instrumento de retorno do conservadorismo e do atraso. Assim, vejo essa fixação do Bolsonaro e de seu ministro, na época, Ernesto, como crença em seu Deus medieval e punitivo, negação da ciência e do conceito científico do Homo Sapiens, o que assusta a sociedade civilizada, deixando de ver e de acreditar no progresso e no dinamismo da vida.
Esse ministro de visão medieval e ultra conservador que representava a Nação Brasileira, perante o resto do mundo.

Nesse contexto, que dirão de nós as nações civilizadas. Da época em que lançou as idéias, que não eram embrionárias, mas a crença, também, de seguidores e ministros.

Sergio Moro e Jair Bolsonaro em lançamento de programa contra a violência no Palácio do Planalto em agosto de 2019. (Sérgio Lima/Poder360 – 29.ago.2019)

Seu então ministro, Sérgio Moro, possui a mesma visão do Estado, apenas como instrumento para mascarar privilégios, punir e negar direitos. O pífio e raso discurso do Sérgio Moro, quando, de sua filiação ao Podemos, do corrupto senador, Álvaro Dias, repete as idéias de Bolsonaro e do Paulo Guedes, de 3 ou de 4 anos, quando das eleições de 2018. O Bolsonaro afirma que, o Moro não aprendeu. O Moro, hoje, pré-candidato, não precisa aprender. Eles são iguais, a inimizade sustenta-se em interesses, meramente, pessoais. Os apoiadores do Sérgio Moro são os de, outrora, do Bolsonaro.

Falta, tão-só, ao Sérgio Moro carregar sob o braço uma bíblia e uma arma, além de visitar igrejas evangélicas e pentecostais, bem como obter apoio dos pastores.

O Sérgio Moro participa da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anjure). Não declara, explicitamente, possuir religião. Seu amigo, Deltan Dallagnol é pastor evangélico e será a ponte do Moro com Edir Macedo, Waldomiro, Malafaia e outros evangélicos, é o que se sabe.

O passado condena-os.

JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre


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