Por Iata Anderson –

Estranho como a saída de Messi, depois de 21 anos no Barcelona, deixou um ar melancólico, de despedida, o que está muito longe de acontecer.

Porém, ficou essa sensação de que o futebol havia terminado, muito mais marcante que em 1974, quando Pelé ajoelhou-se no gramado encharcado da Vila Belmiro e anunciou sua despedida do futebol brasileiro, veríamos isso mais adiante.

Após 18 anos no Santos, Pelé fez sua despedida no dia 2 de outubro de 1974. (Gazeta Press/Reprodução)

Terminou, sim, uma era vitoriosa, absolutamente espetacular, que iria transformar a história do Barcelona, da Espanha, do futebol argentino e mundial.

Para nossa alegria, Lionel Messi ainda vai jogar, pelo menos, cinco anos em alto nível.

No Japão, fim de um novo tempo no esporte mundial, a primeira Olimpíada sem público, o mundo usando máscara, apreensivo com o que virá mais adiante.

Os primeiros jogos sem Usain Bolt, o que tirou muito o brilho do mais importante do atletismo mundial, os 100 metros rasos. Ninguém sabe o nome do novo medalha de ouro, abafado pela ausência do maior fenômeno das pistas em todos os tempos.

Mais uma vez os Estados Unidos provaram sua superioridade sobre o resto do mundo, conquistando três medalhas na última noite, somando 39 de ouro, 41 de prata e 33 de bronze, ratificando sua fantástica liderança na maioria dos esportes pelo mundo.

Fechando o domingo, uma história de fadas desenvolvida no Maracanã, ainda sem público, o que lamento. Seria uma grande chance da torcida do Flamengo ver seu time, muito eficiente, desde a chegada de Renato Gaúcho, ser impiedosamente goleado pelo Inter, em má fase, mas fazendo jus ao “peso” do sua camisa, muito vencedora. Se fosse um jogo de “história” poderia ter sido outro o resultado, mas não era. A realidade é outra e as grandes derrotas servem para o treinador ver os erros, encobertos pelos resultados, alguns enganosos.

Nada do que vou dizer agora é novidade, venho alertando sobre alguns defeitos do time, mesmo vencendo e vivendo uma fase de oba-oba, muito comum em se tratando de Flamengo.

Não pode um time onde a metade dos jogadores ganha em torno de um milhão de reais por mês ser goleado passivamente, sonolento, achando que pode fazer gols e ganhar todos os jogos a hora que quiser. Não é assim.

Jogador “Saci” com uma perna só tem que ser gênio, tipo Gerson, Maradona, Tostão, Rivelino, Maradona, Messi, etc.

Renato, as derrotas são importantes para quem sabe aprender, ser humilde. O seu goleiro fez uma defesa, aos 23 minutos do segundo tempo – única do jogo – ou seja, de cinco que foram ao gol quatro entraram, que triste desempenho. Os dois últimos jogadores que ficaram na sobra, Diego e Filipe Luis, são lentos, principalmente o lateral. Onde estavam os dois zagueiros de área? Normalmente que deve ficar por último é o mais veloz do time, pra evitar surpresas. Assim foi o terceiro gol.

Foi uma noite triste, dirão os politicamente corretos. Foi não, talvez melhor que uma vitória que encobrisse os erros, principalmente os jogadores de “marca”, uns quatro, no mínimo.

Destaques nenhum? Sim, o menos cotado, Isla, com uma disposição irrepreensível.

Substituição? Sim, o menos “cotado” na bolsa de apostas, Diego, o equilíbrio do time.

Gabigol foi expulso e deverá ganhar uma semana de folga, como prêmio. Pedro vem pedindo passagem há muito tempo, sem marketing. “Menino Maluquinho” muito esforçado, como sempre, mas deve ser escalado sempre com time vencendo, pra virar não dá pra ele.

Muito menos numa noite em que a carruagem virou abóbora.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.


Tribuna recomenda!